quarta-feira, 17 de abril de 2013

VIDA DE PROFESSOR, CUMPRINDO CICLOS

O mestre é um catalizador, que emoldura o conhecimento.

Vida de professor cumpre ciclos… difícil dizer qual o mais emocionante mas dentre eles, com certeza, o fim de semestre é o mais cansativo. Sobretudo quando se trata do 2º semestre!
Nas últimas duas semanas tenho aplicado provas e avaliações. Tem aluno que até chora. Nessa época, coincidente com a presepada do natal, surgem tentativas de suborno pedagógico travestidas de mimos natalinos. Mas também há os alunos mais ousados, que já “chegam chegando”, perguntando: “o professor prefere um 8 ou 12 anos?”
É assombroso pensar que no fim das contas a única coisa que importa é a nota final e… tchau! De certa maneira, o processo de formação, seja no nível médio seja no superior, não visa o percurso, o aprendizado, mas tão somente o “passei?”.
Mea culpa, mea maxima culpa. Nós professores caímos no redemoinho da dinâmica pedagógica. A escola também é uma empresa. Clientes, produtos, serviços. A lógica é orientada ao final do processo, a aquisição de um pedaço de papel que dá o start a outros processos, sejam acadêmicos sejam profissionais. Eu sei disso. Tento fugir disso… tento.
Mas serei honesto, tem muito aluno que se preocupa. Muito aluno que busca algo além do mínimo necessário. O grande problema (se é que isso é um problema) é que tem mais, muito mais, alunos apenas flutuando ao sabor do vento. É ai que minha ideologia meu idealismo borbulha. Entra em ebolição ao contato com a fervilhante realidade do utilitárismo ao qual a escola está inserida.
Quando na escola o professor está aferrado as com as suas atividades.
Cago para a maioria dos teóricos que me entucharam no mestrado. Cago para os marxistas de plantão que não sabem mais que remoer velhas ideias que nunca tiveram lugar. O que menos se tem na Educação (sim, a com E!) é a ousadia de romper com as teias de aranha, Ooopaaa… sem com isso cair na gosma pegajosa do neoliberalismo… educação não é um imã, há que se ter uma 3ª via… quisera ter mais tempo para (re)pensar a Educação… mas o fim de semestre está ai, provas para corrigir, notas para lançar, exames, recuperações, planejamentos e mais um purrilhãos de coisa para fazer.
Talvez nas férias eu pare um pouco para pensar em como perverter (no melhor dos sentidos) a Educação sem que meus patrões percebam… quem sabe eu possa dar um sabor de verdade àquele ritual cotidiano regado a saliva e grafado a giz… quem sabe?!
No mais, gente amiga que acompanha estas mal digitadas linhas, o certo é que eu entre num recesso e escreva menos ainda que já escrevo neste famigerado blogue… talvez, e é só um talvez, no início do próximo semestre, um novo ciclo, eu volte animado e com muitas novidades. Até lá. quem sabe onde me encontrar, me chame para beber e “blogar” cara-a-cara num desses bares da vida… e quem não sabe, bom… c´est la vie!
É de morte.
Por Bernardo Silva

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